Educação

Plataforma da ONU conecta voluntários a trabalhos mundo afora

Ferramenta online permite que pessoas e organizações do terceiro setor trabalhem juntos à distância

Programa de Voluntariado Online ONU
Amanda Mukwashi
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De um lado, a vontade de fazer a diferença na vida de uma pessoa ou comunidade. De outro, a impossibilidade de deixar o trabalho, família e outros compromissos cotidianos.

Foi pensando nesse dilema comum a tantos que, em 2000, o United Nations Volunteers (UNV), programa da Organização das Nações Unidas (ONU) que visa ao desenvolvimento internacional por meio de atividades voluntárias, criou o Serviço de Voluntariado Online.

O programa conecta voluntários e organizações do terceiro setor ao redor do mundo e tem como grande conveniência o fato de dispensar o deslocamento físico. Os voluntários não precisam viajar ou encontrar pessoalmente a organização, eles se candidatam e desenvolvem o trabalho à distância.

Tudo é feito por meio da plataforma, que atualmente está disponível em três línguas – inglês, francês e espanhol. Uma parte do site foi elaborada para os voluntários encontrarem oportunidades, enquanto a outra ajuda as organizações a acharem os candidatos. Toda a comunicação é feita pela internet, seja via Skype, redes sociais, e-mail, etc.

Mas como ajudar sem estar fisicamente presente? “Estamos sempre em contato com as ONGs para ver quais são suas necessidades e se elas podem ser suprimidas por meio de voluntariado online ou necessitam de trabalhos realizados em campo. Em muitos casos a ajuda pode ser dada à distância”, Amanda Mukwashi, chefe do setor de Conhecimento sobre Voluntariado e Inovação do UNV desde 2012.

Um dos exemplos que Amanda dá é, por exemplo, a oferta de voluntariado em coaching. “Vamos supor que uma ONG está passando por uma mudança na sua gestão e não tem dinheiro suficiente para contratar alguém para auxiliar no processo. Nesse caso, é muito bem-vinda a ajuda de um coach, alguém que seja experiente como líder. E essa ajuda não requer que a pessoa esteja fisicamente lá”.

O nível de expertise técnica requerida varia muito. Atualmente, as cinco habilidades mais requeridas por meio do programa são: edição e produção de textos, tradução, pesquisa, desenvolvimento e gestão de projetos e design. “Costumo dizer que não há habilidade muito pequena ou muito complexa para compartilhar. Todas são necessárias. Se uma pessoa puder contribuir com uma capacidade sua que for, esse indivíduo pode impactar uma comunidade inteira”, diz Amanda.

No futuro, a ferramenta deverá ser traduzida para outros idiomas. “Sabemos que a barreira da língua acaba excluindo muitos falantes de russo, chinês e, até mesmo, português do serviço de voluntariado”. Nos últimos anos, a ONU contou com 5 mil voluntários online brasileiros, o que coloca o Brasil como o 4° país com maior número de engajamento. “O Brasil, por ser um país em desenvolvimento, tem muito o que contribuir com outros locais que estão em situações mais vulneráveis. Há muito conhecimento, experiência acumulada aqui que pode ser compartilhada”.

Outra estratégia para ampliar o alcance do programa é firmar parcerias com empresas do setor privado. Na segunda-feira do dia 18, por exemplo, foi anunciada a cooperação com a Samsung América Latina, cuja edição piloto terá início no Brasil.

Em um primeiro momento, a Samsung irá contribuir para a promoção do voluntariado online e do Serviço da UNV no Brasil, incentivando ONGs de diversos setores a utilizarem os serviços oferecidos na plataforma online e estimulando seus funcionários a serem voluntários online. Na sequência, as atividades serão expandidas para outros países da América Latina.

Para Amanda, o voluntariado é o capital mais forte de que dispõe um país, além de ser uma prática com a qual todos podem se identificar. “Não é um conceito criado por algum escritório de Nova York. É uma prática enraizada em todas as culturas, comunidades do mundo. Se você for ao Rio de Janeiro, encontrará ações de voluntariado como parte da estratégia de sobrevivência das comunidades mais vulneráveis, um vizinho ajudando ao outro. Se for para a África do Sul, mesma coisa”.

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