Marcela aprendeu os números,
O, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12.
O pai achou bacana:
– Agora Marcela pode comprar banana!
Vai na quitanda da esquina
E pede uma dúzia, menina.
Marcela aprendeu os números
0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12.
A mãe ficou contente:
– Agora Marcela pode ajudar a gente.
Vai buscar doze pãezinhos
Escolha os mais tostadinhos.
Por Luísa Nóbrega e Maria José Nóbrega
Ano do Ciclo: 2º a 3º anos do Ensino Fundamental
Objetivos de aprendizagem: Relacionar o tratamento dado à rima aos efeitos de sentido que provoca; Estabelecer relações intertextuais; Apoiar-se em textos conhecidos para produzir outros
Tempo de Duração: 5 aulas
1) Veja se seus alunos percebem o duplo sentido do título do conto. Será que conhecem a expressão da hora, comentário genérico de teor positivo, que possui um sentido similar a expressões como legal, bacana, entre outras? Diga a seus alunos que procurem perceber, no decorrer da leitura, se o poema dialoga mais com o sentido literal ou figurado da expressão.
2) Retome com a turma a divisão do poema em versos e estrofes.
3) Como se trata de um poema rimado, a sonoridade das palavras possui tanta importância quanto o seu sentido. Pode ser interessante propor uma leitura em voz alta, em forma de jogral, deixando cada estrofe a cargo de um aluno.
4) Chame a atenção para a presença das rimas, presentes em todo o texto.
5) Analise as três primeiras estrofes, para que seus alunos percebam como todas elas possuem uma mesma estrutura: 1. Os dois primeiros versos, absolutamente idênticos, são os únicos não rimados. 2. O terceiro verso sempre introduz a opinião de algum dos membros da família sobre o fato de Marcela ter aprendido a contar: na primeira estrofe, trata-se do pai; na segunda, da mãe; na terceira, da avó, terminando com um sinal de dois pontos. 3. O quarto verso, que rima com o terceiro, começa com o travessão, introduzindo a fala do personagem apresentado na estrofe anterior. 4. Os dois últimos versos, mais curtos, também rimam entre si.
6) Convide seus alunos a criarem uma nova estrofe de seis versos com a mesma estrutura, apresentando a reação de outro membro da família ao fato de Marcela ter aprendido a contar até 12. Pode ser o primo (a), o avô, o tio ou tia, a bisavó, a irmã ou irmão.
7) Veja se as crianças percebem como a partir da quarta estrofe uma nova estrutura se repete: o primeiro verso apresenta uma hora do dia em que os algarismos das horas e dos minutos são os mesmos (1:01, 2:02, 3:03, e assim por diante), numericamente e por extenso, enquanto o segundo verso, que invariavelmente rima com o verso anterior, sempre apresenta uma atividade que, hipoteticamente, poderia ser feita naquela hora.
8) Anote horários diferentes daqueles que aparecem no decorrer do texto em pequenos pedaços de papel e sorteie dois ou três por aluno, propondo que escrevam um segundo verso rimando com a hora sorteada, no qual imaginem alguma coisa que pudesse ser feita nesse momento.
9) Nos dois últimos versos do poema, lemos: Pra viver o gostoso de cada agora/ Marcela aprendeu a ver a hora. Será que ver a hora nos ajuda mesmo a viver o momento presente? Converse um pouco a respeito do assunto.
10) Ouça com seus alunos a canção A pulga, de Vinicius de Moraes e Toquinho, que também brinca com as possibilidades lúdicas da contagem dos números.
11)Proponha a realização de uma pesquisa a respeito da história dos relógios. Quando e de que maneiras o homem começou a contar o tempo. Veja se seus alunos descobrem quantos outros tipos de relógio existem: a ampulheta, a clepsidra, o relógio de sol…
Marcela aprendeu os números
0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
A avó ensinou a beleza das horas:
– Quando os números se repetem, a gente comemora!
E Marcela descobriu de repente
As horas que são de ficar contente.
01:01 – uma e um
Ninguém escuta se você solta um pum.
02:02 – duas e dois
Deixar uma coisa chata para depois
03:03 – três e três
Fechar os olhos e dormir outra vez.
04:04 – quatro e quatro
Lembrar as risadas que deu no teatro.
05:05 – cinco e cinco
Pendurar uma fita com sino no trinco
06:06 – seis e seis
Comer misto-quente no pão francês.
07:07 – sete e sete
Passear com um pônei puxando a charrete
08:08 – oito e oito
Lamber o recheio do seu biscoito
09:09 – nove e nove
Fazer piquenique porque não chove
10:10- dez e dez
Correr para o mar e molhar os pés
11:11 – onze e onze
Hora de dormir, toca o sino de bronze
00:00 – zero hora
Pra viver o gostoso de cada agora
Marcela aprendeu a ver a hora.